Primeiro, deixo bem claro: não sou nem um pouco antipático à idéia (por enquanto, é só o que temos) do ICCA. O Instituto é bastante necessário, bem-vindo, providencial, esperado, ansiado, desejado e mesmo amado antes de sequer ser concebido. Mas, aqui no Benfica, integrado aos demais equipamentos da UFC (Casas de Cultura, Casa Amarela, Rádio Universitária, MAUC e os outros cursos da área de humanas, como ciências sociais, filosofia, história, letras, direito, biblioteconomia, arquitetura que, lembrem-se, NÃO VÃO para Messejana na nossa lancheira), e não lá na baixa da égua. É sempre bom repetir as coisas. Dito isso, sigo. Vou fazer uns comentários meio soltos e, em seguida, tentar amarrar tudo.
1. Não fica clara na matéria da Débora (não como devia) a posição da gestão do diretório acadêmico do curso de comunicação social da UFC. Faltou uma fala mais objetiva de alguém do DA. E uma pergunta bem simples: o DA é contra ou a favor? No final das contas, fiquei com a impressão de que eles são contra a mudança. Mas com a dúvida: são mesmo? Se são, por quê? Do contrário, a mesma coisa: por quê? No meio do balaio, alguém se desculpa por uma aparente contradição (dissemos sim ao projeto e agora o rejeitamos). Ou isso ou a maconha que estou fumando tá bichada.
2. Após a leitura, tive a clara certeza: a decisão do departamento foi tomada de afogadilho (porque o dinheiro tava ali e ninguém pode dispensar tanta grana sem se sentir culpado depois). Pelo visto, eles querem que a nossa também seja. Mas dentro de certos limites. Trata-se de uma questão intramuros, “doméstica”, tipo marido e mulher. A sociedade que paga os nossos estudos não precisa ficar se metendo nisso. Os demais campi da universidade e os jornais, que devem informar essa mesma sociedade, também. Não entendo... Não mesmo. Alguém pode me explicar por que essa roupa suja tem que ser lavada em casa?
3. Serão destinados ao projeto do ICCA 41 milhões até o final do governo Lula. Fica faltando a bagatela de 79 milhões, que deve ser parcelada e encaminhada à UFC até 2012. Mas não tudo: eles não sabem dizer quanto virá diretamente do Reuni (o grosso, eu sei. Mas exatamente que percentual?) e quanto das tais emendas parlamentares, que, como leitor de jornais e estudante, fico pensando: esse negócio é mesmo seguro? Não pode melar de uma hora pra outra? E se o quadro político muda, como ficamos?
4. Amargar a denominação de “unidade acadêmica” é a única razão para não irmos brincar de esconde-esconde no Pici?! Alguém pensou no projeto não tão faraônico, mas que poderia funcionar como meio-termo nessa história: irmos pro Pici e ficarmos com um dinheirinho. E bem pertinho de casa. Quem sabe, um terço dos 120 milhões... Foi só uma sugestão.
5. Quero comentar este trecho da fala da nossa chefe de departamento. A Márcia Vidal, por quem tenho o maior apreço do mundo (foi minha professora de jornalismo comunitário), fez os estudantes entenderem que a permanência do curso de comunicação no Benfica está descartada. O motivo: nosso prédio estaria em “colapso” (recentemente, foi concluída a reforma ou construção, não sei bem, de dois estúdios nesse caquético prédio). Daí fiquei pensando: a ida para o quintal do Zé D’alencar é incerta (não podemos construir nada em área tombada); para o campus das mangueiras (Pici), a mesma coisa (não queremos ser unidade acadêmica); e, por último, ficar no Benfica não está nos planos de ninguém. A pergunta é: e se tudo der errado, pra onde iremos?!
Eu tenho uma sugestão: por que não construir um campus bonitinho lá em Guaramiranga? Seria realmente muito bom já estar lá a cada fevereiro e mesmo nos fins de ano, com o friozinho invadindo as salas de aula ou refrescando as reuniões de pauta de JABÁ. Entre uma aula e outra, vinho, cantoria e viola. Se querem mesmo incrementar as nossas festinhas (nunca fui a nenhuma, mas aceito a boa intenção), por que não Guará? Sem contar que o metro quadrado de lá é bem carinho e, se formos pensar em crescimento urbano ou mesmo no papel de fomentador da universidade pública, nada mais justo que contribuir para o desenvolvimento do pequeno município. Podemos fazer um jornalzinho denunciando o desrespeito à área de proteção ambiental e falta de vergonha da Semace, que autoriza construções a torto e a direito (inclusive a do nosso novo campus, hehe). Gestores: pensem nisso com carinho.
6. Pensei que tivesse terminado, mas continuo. Esqueci de falar do problema do mestrado em comunicação. Pois bem. A chefe alertou: podemos ser reprovados no exame do Capes caso fiquemos no Benfica. Aí chega a minha vez de perguntar: isso seria culpa de quem? Exclusivamente da política de expansão irresponsável levada adiante pela reitoria da UFC e replicada nos cursos. Por que digo isso? Cheguem mais perto e ouçam: nosso mestrado não foi criado pra funcionar em Messejana, mas no Benfica, no exato local onde se encontra ou, no máximo, no Pici, visto que o projeto de criação de mais um campus no quintal do Zé não havia sido sequer esboçado (se não existe nada de concreto hoje, há quatro meses é que não tinha mesmo). Por essas e outras, isso tem toda a pinta de desculpa (mais uma) que não cola muito bem.
7. Ninguém tá dando a devida atenção a uma promessa de campanha do Ícaro: reavivar o corredor cultural do Benfica. Na reunião de esclarecimento com a Márcia, o W. Jr. mencionou o assunto. Acho isso importante. Afinal, o ICCA esteve previsto pra funcionar no Benfica. Havia, portanto, a compreensão de que a coisa poderia mesmo ser construída por ali. No final, todos ganharíamos com isso. De repente, a mudança. Por quê?
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Sete comentários à-toa
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4 comentários:
Uma sugestão à toa: transforma parte disso em pauta e apura, Henrique ;) É pra isso, também, que o Jabá tá aqui.
É exatamente isso que estou tentando fazer, Débora. Sabe qual é o problema? Tempo. É sério, estou no meio de um furacão de coisas... Estágio, aulas, monitoria, projetos extra-acadêmicos... Mas isso não é desculpa que se dê...
De qualquer forma, não vejo por que não jogar as perguntas aqui e esperar que as pessoas leiam, reflitam e passem a buscar as suas respostas. É algo legítimo. Afinal, não é sempre que podemos transformar nossas angústias em pautas, sair a campo para apurá-las, ver com os próprios olhos a coisa toda. Numa analagia meio tosca, fazer justiça com as próprias mãos.
Concordo que é válido, mas cuidado pra não se deixar levar por boatos e postar questões que, na apuração, estão encontrando esclarecimentos, como a história da posição do DA.
Com certeza é legal contrapôr uma visão crítica aos argumentos de todas as fontes e nada melhor que um artigo de opinião pra isso, mas cuidado também pra não se deixar levar e apoiar versões tendenciosas de fatos que você não presenciou.
Espero que você encontre uma folguinha pra nos ajudar na apuração direta. Sua perspectiva e experiência seriam bem-vindas :)
Me deixar levar e apoiar versões tendenciosas de fatos que não presenciei... Bom, o que posso dizer? Sempre tenho esse cuidado... E, mesmo não presenciando absolutamente tudo in loco, nunca saio por aí dizendo ou escrevendo coisas a partir de relatos de uma única pessoa... Afinal, jornalismo é um pouco disso, certo? A gente quase nunca presencia nada, apenas conversa com os envolvidos. Confesso que não é o caso. Mas, a meu favor, pesa a disposição que tive pra ouvir algumas pessoas antes de escrever — até porque, no caso da reunião com a Márcia, não participei.
Era isso. Vamos indo.
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